terça-feira, dezembro 28, 2004

Aumento de impostos

Como é assunto da semana aqui no Rio Grande do Sul, vou falar de impostos. Nunca ouvi falar de alguém que, não sendo o governo ou seu simpatizante, seja defensor de aumento de impostos. Mas as mesmas pessoas que pedem menos impostos reclamam mais e melhores serviços públicos. Não se pode negar a sua racionalidade; as pessoas querem receber o máximo que conseguirem pelo menor preço possível.
Independente da racionalidade dos indivíduos, a sociedade tem que escolher entre impostos altos com mais serviços públicos ou impostos baixos e menos serviços públicos. Claro que este dilema não leva em conta fatores como eficiência dos governos e desvios por corrupção, mas como o desperdício devido a ambos os fatores aumenta quando temos mais serviços (a teoria e as evidências empíricas corroboram a minha afirmação), a inclusão destas variáveis não alteraria a veracidade das afirmativas. Eu escolheria a segunda opção mas, infelizmente, nunca temos esta alternativa na cédula de votação. As opções que nos são costumeiramente dadas são impostos altos e mais serviços públicos contra impostos absurdamente altos no futuro e mais serviços públicos.
Nossos pais e avós já nos passaram a conta deles. A questão é até quando vamos conseguir passar esta conta adiante. Alguém vai ter que apertar o cinto uma hora e, quanto mais cedo, menor será o aperto.

quinta-feira, dezembro 23, 2004

Contra o relógio

O relógio está correndo e o meu tempo acabando. And I'm painting my room in a colorful way, mesmo que seja prá sujá-lo todo no momento seguinte, e pintá-lo de novo, e mudar tudo de novo, para, no fim, deixar tudo como era antes. O que acontece é que ela está indo embora sem nunca ter realmente chegado e, o mais estranho, eu não estou triste. Mas o fato de eu ter a consciência de que ela está indo embora deve significar que eu, em algum momento, pensei que ela poderia chegar e se instalar, e que eu deixaria, e acharia bom. Logo será muito tarde e então tu vai te dar conta de que a vida continua, com ou sem você. Mas ainda é tempo de dizer a palavra.
Por que o meu egoísmo? Por que eu digo que ainda é tempo de dizer? Não poderia ser eu a dizer? Não acho que eu vá fazer. Nem sei se gostaria de ouvir. Se eu quisesse mesmo, não teria coragem de escrever aqui.

terça-feira, dezembro 21, 2004

Por um punhado de dólares

Tenho acompanhado os jornais e percebido a preocupação geral em relação ao valor da moeda norte americana, que estaria baixo demais. Alguém se lembra qual era o grande problema do Brasil há 2 ou 3 anos? Era que o dólar estava muito caro!
Alguém sempre vai chiar por causa do valor do dólar. Quem é importador líquido, quer que fique bem baratinho (eu por exemplo: quero uma guitarra nova, viajar para o exterior, discos, gasolina). Quem é exportador líquido quer o dólar bem caro, para poder trocar os que receber por reais e fazer a festa.
Esta é a oportunidade para o governo diminuir o seu endividamento em moeda estrangeira. Mas, por que o governo se esforça tanto (não abertamente, mas que faz, faz) para que o preço do dólar não caia mais? Porque existe uma coisa chamada "lobby". Setores exportadores (que já contribuiram prá campanha, aquela coisa...) vão lá em Brasília chorar as pitangas e acabam ganhando a atenção da mãe governo.
O que que eu acho? O preço do dólar só vai estar baixo o suficiente quando as pessoas pararem de vender. Vai chegar um ponto em que as coisas de fora vão estar baratas, a gente vai tomar vinho do Chile, leite do Uruguai, computador chinês, e os dólares vão sair, e a taxa de câmbio vai subir de novo.

sexta-feira, dezembro 17, 2004

An unfinished scream and, suddenly, the pain turns into joy, disclosing all the wonderfull benefits of the self-torture. Most of you cannot understand this, but is the only certain way to make another pain ends - to fight fire with fire - and the nature of the pains ain't have to be the same, just their intensity.
The miserable, the rotten, the sad and the misadjusted, all of them, all of us, wait, patiently, for something that never happens. The wise men wont come, and makes no sense to wait for. That's because we are them. Or not.

terça-feira, dezembro 14, 2004

Chuva

Eu conversava com amigos, perto do fim-de-semana e o papo sobre o tempo surgiu. A previsão do tempo prometia chuva, já tinha aparecido sol forte, nublado novamente, sol, garoa, aqueles dias. Uma amiga me disse que estava caminhando na Redenção (ou no Parcão, não importa muito) naquela manhã e que estava chovendo em um pedaço e no outro não. Um lado do parque, chuva e no outro sol. Chuva. Sol. Chuva. Sol.
Contei para ela uma coisa que eu imaginava que acontecia quando criança. Eu assistia a previsão do tempo na televisão que dizia algo como: hoje teremos chuva em Porto Alegre, tempo nublado em São Paulo, sol no Rio de Janeiro. Eu imaginava eu na fronteira de dois municípios, no que está chovendo e no que está fazendo sol e a chuva contornando perfeitamente a fronteira. Digo mais, eu imaginava uma nuvem na forma exata do município ou estado onde estivesse chovendo!
Um pensamento parecido eu tinha sobre as guerras. As guerras eram disputadas entre países. Para mim, as guerras deveriam ser disputadas entre países vizinhos, para poderem brigar entre si (eu acho que tem a sua lógica) e imaginava os soldados em seus respectivos países atirando contra o outro país. Como nunca morei na fronteira, sempre imaginei que outros países SEMPRE ficassem longe e pensava que os soldados eram realmente fortes, para conseguir atirar uma granada até o outro país.
Fiquei feliz em ter lembrado disto. Uma vez na vida já fui tão criativo quanto Terry Gillian. Mas passou.

Outro Corpo

Habituado, sem saber, aos ritmos de Maga, de repente um novo mar, uma agitação diferente o arrancava aos automatismos, confrontava-o, parecia denunciar obscuramente a sua solidão, enredada de simulacros. Encanto e desencanto de passar de uma boca para outra, de procurar com os olhos fechados um pescoço onde a mão dormiu, recolhida, e sentir que a curva é diferente, uma base espessa, um tendão que se crispa rapidamente com o esforço de incorporar-se para beijar ou morder. Cada momento do seu corpo, frente a um desencontro delicioso, ter de estender-se um pouco mais, ou baixar a cabeça para encontrar a boca que, antes, estava ali perto, acariciar umas ancas mais estreitas, provocar uma réplica e não encontrar, insistir, distraído, até se dar conta de que era preciso inventar tudo outra vez, que o código não fora seguido, que as chaves e as cifras terão de nascer de novo, ser diferentes, responderem a outra coisa. O peso, o cheiro, o tom de uma risada ou uma súplica, os tempos e as precipitações, nada coincidia, embora fosse igual, tudo nascia de novo. Sendo imortal, o amor brinca de inventar-se, fugindo de si mesmo para regressar na sua espiral surpreendente, os seios cantam de outro modo, a boca beija mais profundamente ou como de longe e, num momento, onde antes havia algo como cólera e a angústia, é agora um jogo puro, a agitação incrível, ou, ao contrário, na hora em que, antes, caía no sono, no murmúrio de coisas doces e ridículas, agora existe uma tensão, algo incomunicado, mas presente, que exige incorporar-se, algo como uma raiva insaciável. Apenas o prazer em seu último esvoaçar é igual; antes e depois, o mundo se fez em pedaços e é preciso criá-lo de novo, dedo por dedo, lábio por lábio, sombra por sombra.
Júlio Cortazar

quinta-feira, dezembro 09, 2004

Caminhante (parte III)

O que será que estas pessoas fazem aqui? Não me animo a perguntar o que está acontecendo, até porque acho que eu não saberia como fazer. Penso que é indelicado fazer perguntas em uma terceira língua. Apesar de eu não achar ruim quando estrangeiros falam comigo. Pelo contrário, eu gosto. Me sinto útil por ajudar uma pessoa em um lugar diferente ao que ela está acostumada. Um ponto interessante é como nos sentimos acuados em um lugar onde não podemos nos comunicar. É amedrontador! Pessoas esforçando-se para entender. Nós, esforçando-nos para nos fazer entender. Pior que isso: quando ninguém está preocupado em entender o que queremos. Bom tema para um sonho, este. Estou sozinho, no meio de uma multidão. Não sei onde, não consigo distinguir o local (parecia ser a escola onde estudei no primeiro grau; depois se tornou o shopping-center (qual? todos são iguais! (parênteses dentro de parênteses dentro de parênteses são estranhos)); mas tem um poster na parede, como o do meu quarto; e tem cheiro de bolinho de chuva). A multidão simplesmente me ignora. É como se estivesse invisível. Exceto pelo fato de as pessoas desviarem de mim. Mas ninguém, NINGUÉM, ninguém sequer olha nos meus olhos e isso me desespera mas também me deixa brabo. Certo da indiferença de todos, tiro a roupa, como num protesto. E eis que me vejo na escadaria da minha faculdade, e nu. E preocupado com isso. Tenho que sair dali, porque vem vindo um professor. Não tenho como explicar! A multidão sumiu e ele vai me ver. Eu nunca vou conseguir me formar se ele me ver. Corro para o banheiro, que não está onde deveria estar. No lugar do banheiro, entrei em uma sala de aula onde está tendo uma aula da minha turma da quinta série! Aí é hora de acordar, porque nos sonhos acordamos quando a tensão chega ao máximo. Ou quando estamos quase comendo a professora da quinta série (como é que nunca nos esquecemos dela?). Mas isso não costuma acontecer em um sonho com multidão.

De qualquer maneira, sigo sem fazer perguntas. As pessoas também não parecem estar dando muita bola para mim. Simplesmente caminham e não conversam entre si. Como casais que já perderam o tesão e o interesse um pelo outro. Mal notam a presença do outro. Não gostam, aturam. É fácil de vê-los em um certo tipo de restaurante. São restaurantes relativamente simples, sem grandes requintes, onde eles vão na sexta ou no sábado a noite, porque ela achou que deveriam sair um pouco. Ele usa uma camisa para dentro da calça de brim, e ela um vestido um pouco fora de moda, já que não compra roupa de sair já faz algum tempo (existe a variante das classes altas, mas estes saem sozinhos, cada um com seu amante; tudo muito moderno). Eles sentam um em frente ao outro e fazem seus pedidos, comentando alguma coisa sobre os pratos. Ele pede um aperitivo enquanto esperam o jantar. Silêncio. Ele comenta que a irmã não anda muito bem com o marido e ele responde qualquer coisa, sem dar muita importância. Mais silêncio. Chega a comida. Comentam sobre a qualidade. Ele termina a cerveja que tomou praticamente sozinho, pedem a conta e vão embora.

Por que estas pessoas estão se reunindo desta maneira? E, mais importante, por que eu continuo andando, indo para o mesmo lugar que elas? Não faço nada contra a minha vontade, mas também não quero ir para lá. Mas vou, como se não tivesse vontade própria. Como é estranha esta sensação, de ter consciência de se estar fazendo algo involuntariamente, mas além de continuar fazendo, não se importar com isso. Estou apenas seguindo o fluxo e sei disso. É como se eu pudesse, a qualquer momento, sair daqui, procurar outro caminho, uma saída ou uma porta. Mas eu não faço. E a cada instante eu acho que o mais sensato a fazer é sair daqui, mas não saio. Sou eu que estou comandando as minhas pernas. Sou eu quem está decidindo continuar com a multidão. Todos que chegam ao círculo (um círculo enorme, diga-se de passagem) encontram um lugar e param ali, imóveis. Penso que deveria estar apavorado. Tenho consciência de que estou me dirigindo para lá, e não tenho nenhum motivo para acreditar que o efeito em mim será diferente. Vou pisar no círculo, me dirigir para um lugar onde não atrapalhe a chegada de outras pessoas, e ficar imóvel, sem expressão alguma. Por que eu não fico apavorado. Estou quase pisando ali. Em cinco segundos eu estarei ali. É algo que não tem volta e que não parece ser contra a minha vontade. Mais um passo e eu vou descob

terça-feira, dezembro 07, 2004

Discoteca Básica II

Sim, o grande disco do Red Hot Chili Peppers é, por diversas razões, o BloodSugarSexMagic, mas esse todo mundo conhece. One Hot Minute é o sucessor do BSSM, lançado após a saída do John Frusciante, guitarrista do grupo.

One Hot Minute Posted by Hello
O disco não é tão conhecido e apresenta uma sonoridade diferente. Os Peppers trouxeram o guitarrista Dave Navarro, ex-Jane's Addiction, para o lugar de Frusciante, tornando a sonoridade do grupo mais pesada e psicodélica. E este é o melhor trabalho de guitarras do Peppers.
Mais peculiaridades:
- Os Peppers aviadaram neste disco. É desta época o famoso beijo na capa da Rolling Stone.
- A cuíca na música Walkabout.
- A arte do álbum é ducaralho.
One Hot Minute

I was riding
Riding on my bike
Me with my friend
We're so alike

Am I all alone

She said all we
Have is this
We just had to stop
And share a kiss

Am I all alone

One hot minute
And I'm in it come and get it
If I chase it
I might waste it
Come and get it

Am I all alone

Sitting in the fire
Get along and have some fun
Floating to be higher
Maybe I'm your special one
Silent testifier
Breathe the moon
And eat the sun
Sitting in the fire

A tiny wink is all
All we have
No it's not much more
But don't get mad

Am I all alone

Close your eyes
And click your heels
Can you believe
How good it feels

Am I all alone

One hot minute
And I'm in it come and get it
If I chase it I might waste it
Come and get it

Am I all alone

Three lbs. of love
Inside my skull
A million more lives
It's never dull
Just a few times spun
Spun around the sun
A couple more or less
And then we're done

segunda-feira, dezembro 06, 2004

O suspense acabou. E... o final foi feliz! Passei na seleção para o Mestrado em Economia Aplicada da UFRGS. E mais coisas boas aconteceram nos últimos dias. Como no final de um filme de hollywood.
Para mim, isso tudo parece muito suspeito. Contrariando o dito popular, eu penso que, se tá tudo bem, é porque ainda não acabou.
Mesmo assim, vou curtindo enquanto posso!
Soundtrack paradoxal: Herbert Vianna - Une chanson triste

sábado, dezembro 04, 2004

Prayer

De companhia uno habano and one scottish. Boa hora de escrever a madrugada. Não sou o Chico que escreve que faz samba e amor até mais tarde. Até porque não tenho cabeça prá escrever nessas horas.
O violão é companhia também. Pena que ele não lembra das notas amanhã de manhã. Ia ser um achado.
Melhor coisa? Dá prá escrever e parar. Sem se preocupar com o tempo.
Queria ser galo prá escrever uma música. Pena que não sou. Já tentei várias vezes. Mas, quando eu vou ler mais tarde, parece tudo piegas. Ou coisa de guri.
Vou me contentando em ouvir. E em tentar tocar.

Delay grande

E, depois de bêbado, vou dormir. O post acaba aqui.

Ouvindo? Set list variado. The Kinks, Luiz Marenco, Kraftwerk, Krokodil, Vitor Ramil, Jair Rodrigues, Supertramp

quinta-feira, dezembro 02, 2004

Prá que esperar?

Não vale a pena esperar. Se rolar outra hora, beleza. Mas quando se deixa as oportunidades passarem por causa de uma possibilidade, podemos estar perdendo o bonde da vida. E quantos não vemos fazendo isto? Quantos esperam por quem não os espera? "É a solução de quem não quer perder aquilo que já tem, e fecha a mão pro que há de vir".
A questão é: será que temos sempre consciência de se estamos ou não esperando alguém ou algo? Quero dizer, podemos estar adiando decisões, deixando passar oportunidades, sem que percebamos que fazemos isto. Arranjamos desculpas para nossas atitudes (ou para a falta de atitudes) sem tomarmos consciência de que estamos nos protejendo. Temos vergonha de nos proteger!
Demoramos para admitir que estamos namorando (eu faço isso, e sei que não sou o único). O começo de um relacionamento, é sempre cheio de negações, de adiamentos. Não queremos apressar as coisas.
Corta para muito tempo depois.
O namoro vingou. Já estamos íntimos da família dela (post machista? Bom, só estou me colocando na posição de protagonista. Gurias, é só inverter os gêneros que a explicação vale para os dois lados) a ponto de ligar para o sogro para folgar pela derrota do time dele. Um belo dia nos perguntamos: estamos felizes? Será que é isso que queremos para o resto da nossa vida? Várias gatinhas só no bico e o panaca namorando! A questão é que o namoro já amornou, as brigas já são mais recorrentes, mas insistimos em continuar com a relação. Por quê? Temos medo de nunca mais encontrarmos alguém? Mas não é preferível ficar só do que em uma relação que desgasta?
Bom, eu sou a favor de que assumamos os namoros mais cedo, para começar logo com a parte boa; e de que terminemos assim que se tiver que terminar, para liquidar de uma vez com a parte ruim.

quarta-feira, dezembro 01, 2004

Discoteca Básica I

Lembrando da extinta revista Bizz, vou colocar aqui, vez por outra, discos que merecem ser conhecidos, escutados e apreciados.

Jethro Tull - Thick as a Brick

Posted by Hello
O disco, obra prima do grupo, foi lançado em 1972 e chegou a alcançar o primeiro lugar nas paradas dos Estados Unidos. O detalhe é que o disco é composto de uma única música dividida em duas faixas devido às características técnicas dos LPs de vinil (mídia analógica muito popular até o início dos anos 90, fabricada em vinil e que continha gravações em ambos os lados, duplicando a sua capacidade de armazenamento), daí o inusitado do primeiro lugar.

O encarte original era composto por um jornal de 12 páginas, "The St. Cleve Chronicle"com notícias, passatempo e até uma crítica do disco.

A seguir a letra da música, supostamente escrita por Gerald Bostock, de 8 anos:

My words but a whisper - your deafness a shout.
I may make you feel but I can’t make you think.
Your sperm’s in the gutter - your love’s in the sink.
So you ride yourselves over the fields and
You make all your animal deals and
Your wise men don’t know how it feels to be thick as a brick.
And the sand-castle virtues are all swept away in
The tidal destruction
The moral melee.
The elastic retreat rings the close of play as the last wave uncovers
The newfangled way.
But your new shoes are worn at the heels and
Your suntan does rapidly peel and
Your wise men don’t know how it feels to be thick as a brick.
And the love that I feel is so far away:
I’m a bad dream that I just had today -- and you
Shake your head and
Say it’s a shame.
Spin me back down the years and the days of my youth.
Draw the lace and black curtains and shut out the whole truth.
Spin me down the long ages: let them sing the song.
See there! a son is born -- and we pronounce him fit to fight.
There are black-heads on his shoulders, and he pees himself in the night.
We’ll
Make a man of him
Put him to trade
Teach him
To play monopoly and
To sing in the rain.
The poet and the painter casting shadows on the water -
As the sun plays on the infantry returning from the sea.
The do-er and the thinker: no allowance for the other -
As the failing light illuminates the mercenary’s creed.
The home fire burning: the kettle almost boiling -
But the master of the house is far away.
The horses stamping -- their warm breath clouding
In the sharp and frosty morning of the day.
And the poet lifts his pen while the soldier sheaths his sword.
And the youngest of the family is moving with authority.
Building castles by the sea, he dares the tardy tide to wash them all aside.
The cattle quietly grazing at the grass down by the river
Where the swelling mountain water moves onward to the sea:
The builder of the castles renews the age-old purpose
And contemplates the milking girl whose offer is his need.
The young men of the household have
All gone into service and
Are not to be expected for a year.
The innocent young master - thoughts moving ever faster -
Has formed the plan to change the man he seems.
And the poet sheaths his pen while the soldier lifts his sword.
And the oldest of the family is moving with authority.
Coming from across the sea, he challenges the son who puts him to the run.
What do you do when
The old man’s gone - do you want to be him? and
Your real self sings the song.
Do you want to free him? No one to help you get up steam -
And the whirlpool turns you way off-beam.
Later.
I’ve come down from the upper class to mend your rotten ways.
My father was a man-of-power whom everyone obeyed.
So come on all you criminals!
I’ve got to put you straight just like I did with my old man -
Twenty years too late.
Your bread and water’s going cold.
Your hair is too short and neat.
I’ll judge you all and make damn sure that no-one judges me.
You curl your toes in fun as you smile at everyone -- you meet the stares.
You’re unaware that your doings aren’t done.
And you laugh most ruthlessly as you tell us what not to be.
But how are we supposed to see where we should run? I see you shuffle in the courtroom with
Your rings upon your fingers and
Your downy little sidies and
Your silver-buckle shoes.
Playing at the hard case, you follow the example of the comic-paper idol
Who lets you bend the rules.
So!
Come on ye childhood heroes!
Won’t you rise up from the pages of your comic-books
Your super crooks
And show us all the way.
Well! make your will and testament. won’t you? Join your local government.
We’ll have superman for president
Let robin save the day.
You put your bet on number one and it comes up every time.
The other kids have all backed down and they put you first in line.
And so you finally ask yourself just how big you are -
And take your place in a wiser world of bigger motor cars.
And you wonder who to call on.
So! where the hell was biggles when you needed him last saturday?
And where were all the sportsmen who always pulled you though?
They’re all resting down in cornwall -
Writing up their memoirs for a paper-back edition
Of the boy scout manual.
Later.
See there! a man born -- and we pronounce him fit for peace.
There’s a load lifted from his shoulders with the discovery of his disease.
We’ll
Take the child from him
Put it to the test
Teach it
To be a wise man
How to fool the rest.
Quote
We will be geared to the average rather than the exceptional
God is an overwhelming responsibility
We walked through the maternity ward and saw 218 babies wearing nylons
Cats are on the upgrade
Upgrade? hipgrave. oh, mac.
Later
In the clear white circles of morning wonder,
I take my place with the lord of the hills.
And the blue-eyed soldiers stand slightly discoloured (in neat little rows)
Sporting canvas frills.
With their jock-straps pinching, they slouch to attention,
While queueing for sarnies at the office canteen.
Saying - how’s your granny and
Good old ernie: he coughed up a tenner on a premium bond win.
The legends (worded in the ancient tribal hymn) lie cradledIn the seagull’s call.
And all the promises they made are ground beneath the sadist’s fall.
The poet and the wise man stand behind the gun,
And signal for the crack of dawn.
Light the sun.
Do you believe in the day? do you?
Believe in the day! the dawn creation of the kings has begun.
Soft venus (lonely maiden) brings the ageless one.
Do you believe in the day? The fading hero has returned to the night - and fully pregnant with the day,
Wise men endorse the poet’s sight.
Do you believe in the day? do you? believe in the day!
Let me tell you the tales of your life of
Your love and the cut of the knife
The tireless oppression
The wisdom instilled
The desire to kill or be killed.
Let me sing of the losers who lie in the street as the last bus goes by.
The pavements ar empty: the gutters run red -- while the fool
Toasts his God in the sky.
So come all ye young men who are building castles!
Kindly state the time of the year and join your voices in a hellish chorus.
Mark the precise nature of your fear.
Let me help you pick up your dead as the sins of the father are fed
With
The blood of the fools and
The thoughts of the wise and
From the pan under your bed.
Let me make you a present of song as
The wise man breaks wind and is gone while
The fool with the hour-glass is cooking his goose and
The nursery rhyme winds along.
So! come all ye young men who are building castles!
Kindly state the time of the year and join your voices in a hellish chorus.
Mark the precise nature of your fear.
See! the summer lightning casts it’s bolts upon you
And the hour of judgement draweth near.
Would you be
The fool stood in his suit of armour or
The wiser man who rushes clear.
So! come on ye childhood heroes!
Won’t your rise up from the pages of your comic-books
Your super-crooks and
Show us all the way.
Well! make your will and testament.
Won’t you? join your local government.
We’ll have superman for president
Let robin save the day.
So! where the hell was biggles when you needed him last saturday?
And where were all the sportsmen who always pulled you through?
They’re all resting down in cornwall - writing up their memoirs
For a paper-back edition of the boy scout manual.
Of course
So you ride yourselves over the fields and
You make all your animal deals and
Your wise men don’t know how it feels to be thick as a brick.