segunda-feira, fevereiro 28, 2005
domingo, fevereiro 27, 2005
Sobre a saudade, essa palavra suicida
Sobre a saudade, essa palavra suicida.
Introdução
E4M/7 Dm7/9
----0------0------0------0--------
-----2------2------6------6--------
------2------2--5---5--5---5------
---2------2----0-0----0-0---------
--2------2-------------------------
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E4M/7 Dm7/9
Se tudo na vida ensina
E4M/7 Dm7/9
(e tudo na vida ensina)
E4M/7 Dm7/9
esse tempo que parece se dobrar
Am D
há de servir para pensar
Bm C7
no que ainda está por vir
E4M/7 Dm7/9
Se essa saudade se refletir
E4M/7 Dm7/9
em cores quentes na tua presença
E4M/7 Dm7/9
saberemos não haver diferença
Am D
entre o olhar que pede o beijo
Bm C7
e o deitar-se querendo o sonho
A5 D5 F5 G5
Sobre a saudade, essa palavra suicida
E4M/7 Dm7/9
Que se ainda sinto forte
E4M/7 Dm7/9
aquele abraço nem oeste, nem norte
E4M/7 Dm7/9
nem um passo a distância inexiste
Am D
entre aquilo que sentes
Bm C7
e a falta que faz de repente
A5 D5 F5 G5
Sobre a saudade, essa palavra suicida
E4M/7 Dm7/9
Esse ir e vir é vice-versa
E4M/7 Dm7/9
conversa pra boi dormir
E4M/7 Dm7/9
faço viagens em versos
E4M/7 Dm7/9
em diversos faço sorrir
E4M/7 Dm7/9
Se escrevi, sorri antes
Am D
que não invento diamantes
Bm C7
de nada que não vivi.
Arbo & Maciel
quarta-feira, fevereiro 23, 2005
Janeiro
O ano de 2004 foi demais para mim. Coisas aconteceram, outras deixaram de acontecer, expectativas, decepções, hurros e gritos de prazer e de raiva, tristezas, festas, trabalhos, anarquia, felicidades, estudos, angústias. Com isso, colapsei no começo do ano e fui parar em uma clínica psiquiátrica. No começo os remédios até que são legais, é um barato diferente, mas logo não te deixam fazer mais nada, nem pensar, te deixam letárgico, bobo.
Eles tinham remédios e médicos chatos, que sempre se acham melhores que nós (entendam "nós" como todos que não são médicos). Mas não tinham um papel e um lápis. Assim, o mês passou sem ser notado.
quarta-feira, fevereiro 09, 2005
Uruguay
O carnaval é uma época em que todo o mundo tem a obrigação de fazer alguma coisa, se divertir e que, em geral, o povo de Porto Alegre migra para a praia. Uns, menos afortunados, pegam uma estrada lotada e demoram 3 horas para chegar a alguma praia do litoral gaúcho. Outros, preferem levar 8 horas para passar este feriado se enlouquecendo em uma das belíssimas praias de Santa Catarina. Ao discutir qual destas opções seria a mais interessante, eu e o Eric estávamos bastante desanimados com qualquer uma delas. Mas eis que ele comentou que uns amigos da Val iriam pegar o carro e se tocar para o Uruguai. Achei a idéia ducaralho! Botei pilha, eles curtiram e começamos a preparação. O tempo era curto, pouco mais de uma semana. Começamos a pesquisar sobre o país e logo nos deparamos com o primeiro problema: com qual carro iríamos. Carro 1 - meu fiesta: tinha como ponto forte o porta malas e o espaço interno; pontos fracos eram a falta de ar condicionado e o fato de estar no nome de mamãe. Precisávamos de uma autorização para atravessar a fronteira e, pasmem, teríamos que buscá-la na terra dos ventos. Carro 2 - o 206 do Eric: seu ponto forte é seu ar condicionado; seus pontos fracos o seu modestíssimo porta malas e o fato de estar alienado. Também necessitava de uma autorização, desta vez concedida pelo malvado e mesquinho homem de terno. Descobrimos que ele seria encontrado no Banco.
Como o tempo era curto, chegamos à conclusão que seria mais provável conseguir a anuência do senhor de terno do que enfrentar uma jornada rumo à terra dos ventos. Mas ele não era uma pessoa fácil. Primeiro que encontrá-lo não era tão fácil como parecia. Existem várias pessoas se fazendo passar pelo homem de terno, mas todas elas falharam quando eram incitadas a demonstrar seus poderes. Ao encontrar a moça de trás do balcão, descobri que paciência era a virtude necessária para conseguir o que queria. Dito e feito. Consegui a informação do paradeiro do homem de terno e rumei para lá.
Mesquinho como ele só, o homem de terno tentou nos dissuadir da empreitada. Nos contou sobre as hordas de puxadores de carro que haviam naquelas terras e dos carimbos mágicos necessários para conseguir a nossa autorização. Mas ele não contava com a nossa determinação. O trabalho em equipe foi valioso para que conseguíssemos cumprir todas as suas exigências e ele se deu por vencido e nos deu a sua permissão.
Agora era preparar as malas e botar o pé na estrada. Poder de persuasão e de compactação foi necessário para que conseguíssemos colocar toda a nossa bagagem no carro. E lá fomos nós. Apesar da grande distância que nos separava do país vizinho, a expectativa de ver os cangurus em seu habitat natural nos empolgava. No Brasil, descobrimos que precisávamos pagar pela permissão de usar as belas estradas que nos levavam ao sul. Continuamos a nossa jornada nos revezando na direção até que chegamos à reserva do Taim. A placa "Cuidado - Animais na Pista" não dava a idéia do que estava por vir. No começo, capivaras e pássaros à beira da pista. Jacarés apareceram em seguida. Mas a tensão bateu quando o elefante e o rinoceronte brigavam em plena pista! Apesar do tamanho, o rinoceronte contava com seu poderoso chifre e estava dando trabalho ao elefante. Este já sangrava, mas atacava furiosamente o rinoceronte. O tamanho venceu, e o rinoceronte foi derrubado banhado abaixo. Acreditem, apesar de aterrador devido à proximidade, foi uma bela cena. O incidente atrasou um pouco a viagem e deixou-nos assustados, mas estávamos perto. Retas intermináveis nos permitiam acelerar a vontade, tornando esta parte muito mais rápida.
Chegamos ao Chuí, fronteira de nosso país com o nosso destino, o Uruguai. Pretendíamos cruzá-la logo, mas havia uma estranha força que nos desviou de nosso caminho. Descobrimos que esta força atendia pelo nome de "Free-shop". Nos detivemos durante algum tempo, mas a fome nos fez recobrar a consciência e pegamos a estrada novamente. Logo tivemos que nos entender com os agentes de fronteira uruguaios. Ao darem-se conta que estávamos entrando para deixar nosso dinheiro com eles, nos liberaram a passagem sem grandes problemas. Pronto o Uruguai estava a nossa frente.
Continua...