quarta-feira, novembro 17, 2004

A Busca de Renda

O Sr. Germano Bonow, Diretor de Planejamento da instituição onde eu trabalho, o BRDE, escreveu sobre a indústria de bens e insumos de saúde:

"Um programa de substituição de importações também determinará a modernização tecnológica e o aumento das escalas de produção no complexo industrial da saúde contribuirá para a geração de renda, de empregos qualificados, além de impulsionar as exportações. Por isso, o BRDE, a partir de um aprofundado trabalho realizado pelos seus técnicos, vem procurando sensibilizar tanto o âmbito do parlamento quanto as esferas do governo federal, para a importância de se instituir um Programa de Apoio ao Fortalecimento das Indústrias de Bens e Insumos de Saúde, o Prosaúde".

Pronto, temos aí mais um privilégio criado; mais um "setor estratégico"; mais uma "prioridade".

Alguém já pensou (é uma pergunta retórica, muitos já pensaram sobre isso) que, quando temos muitas prioridades, acabamos por não ter nenhuma prioridade?

A educação é prioridade para o nosso país? Claro, sem educação, não vamos nunca nos desenvolver;

A saúde? Sem dúvida, um povo sem saúde é um povo fraco;

O petróleo? Setor altamente estratégico. O petróleo é o combustível que move o mundo.

O setor agrícola? Alguém acha que vamos ser alguém sem comida?

Bancos de desenvolvimento? O crédito público subsidiado é a mola que impulsiona a produção nesse país!

Eu podia ficar muito tempo lembrando de muitas outras "prioridades" que temos no Brasil. Mas acho que já deu prá entender que, na verdade, não temos prioridade nenhuma...

E continuamos pagando por tudo isso...